maybe i'm just curious. (ii)
voltei a sonhar contigo esta noite.
desta vez numa casa inundada.
num chão de madeira antiga. húmida até aos ossos.
uma vez mais a terceira pessoa irradiando uma censura anónima.
cruzámo-nos no corredor da casa estranhamente familiar.
pejada de fotos antigas em tons de memórias distantes.
não houve palavras.apenas comunicação num silêncio tácito e cúmplice.
e um roçar de mãos tão acidental como saboroso.
não percebo porquê mas permanecemos em divisões separadas. contíguas.
ligados por um véu gelatinoso por onde nos observavamos mutuamente sem que o outro se apercebesse.
ligados por um véu gelatinoso por onde nos observavamos mutuamente sem que o outro se apercebesse.
esperámos tempo que pareceu dias e meses e anos e vidas inteiras de um engano absurdo.
esperámos a perda da inocência a perda do sonho a perda da esperança e da razão.
quantas vezes reprimiste o grito, mordeste a mão, torceste o músculo até à exaustão para não ter de explodir?engolindo o nó na garganta como de remédio se tratasse.
como se curasse todas as dores da alma.
quantas horas de paragem cardíaca propositada?
de sorvos sôfregos de um ar insuficiente?
como da última vez olhos nos olhos. desprovidos de protecções porque não as há e mesmo havendo não as usaríamos como arma.numa nudez inocente causticamente branca.
a pergunta a escorrer das paredes vazias.
projectada em traços luminosos. rodopiante.
(a dor é real ou sofres por prazer?)
(a dor é real ou sofres por prazer?)
de um salto estavas à minha frente.
forçando a passagem e fugindo de mim.
...
eu também não despenteio a tua mente.
eu também não baralho significados.
e é-me igualmente difícil.
forçando a passagem e fugindo de mim.
...
eu também não despenteio a tua mente.
eu também não baralho significados.
e é-me igualmente difícil.
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state of mind: ...but nothing is lost_shpongle
state of mind: ...but nothing is lost_shpongle
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