sexta-feira, abril 26, 2013
segunda-feira, maio 11, 2009
a morte em veneza. (ii)
e na ressaca da manhã dei por mim a enumerar todos os vícios em que me afundei.
todas as dependências acessórias possíveis que me curavam de ti.
que me corroeram como o verme corrói a maçã.
hoje a podridão tem o teu nome.
e nas noites de insónia uma veia latejante recordar-me que há partidas sem regresso e nomes impronunciáveis que são simultaneamente palavras de ódio e poemas de amor..
state of mind: jardin d'hiver_stacey kent
terça-feira, março 17, 2009
segunda-feira, março 09, 2009
a morte em veneza.
fechei os olhos às interdições a que tinha confinado a vontade.
ignorei os avisos das minhas estúpidas frases e voltei à cidade.
ludibriei descaradamente a barreira que implantei para te manter exilada e a ordem de restrição queimei-a com o último fogacho que consegui resgatar.
os olhos raiados de sangue e cuspo e dor desmontaram cada parede. cada esquina.
cada pórtico ou janela que me lembrassem de ti.
deixei apenas o possível para não chamares cinzas ao que restou.
as casas esventradas de adagas de vidro e o aço retorcido de braços ao céu.
como podia resistir? como podia não voltar?
até a destruição teve o gosto acre da última vez e sem cadáveres o homicídio não faria sentido.
sentei-me no banco da primeira noite de verão e deixei as notas familiares embalar os espaços vazios. esfregarem-se nas ruínas até despojarem qualquer vestígio.
depois reguei-as de absinto e imolei-me com elas nas palavras que sobraram.
e tu apareceste de branco. lavada do passado.
despida de rancor e disposta a viver.
e eu por terra. ébrio da manhã que nascia por detrás dos incêndios.
sem nada para oferecer senão um peito desfeito.
ignorei os avisos das minhas estúpidas frases e voltei à cidade.
ludibriei descaradamente a barreira que implantei para te manter exilada e a ordem de restrição queimei-a com o último fogacho que consegui resgatar.
em ressaca narcótica voltei à cidade em busca da salvação.
mas as palavras repetiram-se e anularam-se na direcção esperada. oposta à que ritma o peito no acto penoso de sorver oxigénio quando o desejo apenas clama repouso universal.alucinado.
ou apenas de mais uma ilusão.
os olhos raiados de sangue e cuspo e dor desmontaram cada parede. cada esquina.
cada pórtico ou janela que me lembrassem de ti.
deixei apenas o possível para não chamares cinzas ao que restou.
as casas esventradas de adagas de vidro e o aço retorcido de braços ao céu.
como podia resistir? como podia não voltar?
até a destruição teve o gosto acre da última vez e sem cadáveres o homicídio não faria sentido.
sentei-me no banco da primeira noite de verão e deixei as notas familiares embalar os espaços vazios. esfregarem-se nas ruínas até despojarem qualquer vestígio.
depois reguei-as de absinto e imolei-me com elas nas palavras que sobraram.
e tu apareceste de branco. lavada do passado.
despida de rancor e disposta a viver.
e eu por terra. ébrio da manhã que nascia por detrás dos incêndios.
sem nada para oferecer senão um peito desfeito.
[no poetry left]
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stat of mind: tutto fa un pò male_afterhours
stat of mind: tutto fa un pò male_afterhours
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
segunda-feira, janeiro 19, 2009
maybe i'm just curious. (iii)
dos corpos inanimados que povoavam o chão naquela manhã pós-festiva tu eras a única que não dormia.
encostada no sofá-cama verde de olhos atentos abriste os braços chamando-me para ti.
- i...
- shhh...let's just lay quietly here and pretend this was always meant to happen.
- i...
- i know. i can't put it in words either.encostada no sofá-cama verde de olhos atentos abriste os braços chamando-me para ti.
recusando as palavras e as explicações em redor.
o sobressalto o silêncio o acaso acordaram a letargia do coração consumado no beijo que nasce sem ser fruto dum momento conspurcado.- i...
- shhh...let's just lay quietly here and pretend this was always meant to happen.
- i...
e a noite chegou sem saber o que faria das mãos ao largar-me de ti.
[this just might be forgotten love laying beneath my hurtled skin]
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state of mind: hooverphonic_everytime we live together we die a bit more
terça-feira, janeiro 13, 2009
segunda-feira, janeiro 05, 2009
now you listen to me and you listen good.
loneliness has followed me my whole life. everywhere.
in bars, in cars, sidewalks, stores, everywhere. there's no escape.
i'm god's lonely man.[...]
the days can go on with regularity over and over.
one day indistinguishable from the next.
a long continuous chain.
then suddenly, there is a change.
in bars, in cars, sidewalks, stores, everywhere. there's no escape.
i'm god's lonely man.[...]
the days can go on with regularity over and over.
one day indistinguishable from the next.
a long continuous chain.
then suddenly, there is a change.
Robert DeNiro in Taxi Driver (1976)
*photos by miss K
(winter. spring. summer.)
things get bloody
before they get better.
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state of mind: streets lack love_nneka
before they get better.
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state of mind: streets lack love_nneka
segunda-feira, dezembro 01, 2008
ground zero.
percorro em equilíbrio o odor acre dos binários metálicos
em dias de chuva mesquinha.
acordo sonâmbulo para a manhã impura e nesta insónia compulsiva o teu beijo soletra homicídio.
e o rumor dos corpos inaugura mais um ansiolítico possível ao
descalabro emocional.
seco.
sem desculpa para palavras que ferem a escrita de
vulgaridades mundanas.
sem artifícios nem figuras de estilo.
deixaste de doer-me e ser pena e tinta e livro.
deixaste de doer-me e por isso não consigo escrever-te.
e no texto vazio do campo de onomatopeia que plantei para ti ressoa um rasgar de páginas.
definitivo como carne.
em dias de chuva mesquinha.
acordo sonâmbulo para a manhã impura e nesta insónia compulsiva o teu beijo soletra homicídio.
e o rumor dos corpos inaugura mais um ansiolítico possível ao
descalabro emocional.
seco.
sem desculpa para palavras que ferem a escrita de
vulgaridades mundanas.
sem artifícios nem figuras de estilo.
deixaste de doer-me e ser pena e tinta e livro.
deixaste de doer-me e por isso não consigo escrever-te.
e no texto vazio do campo de onomatopeia que plantei para ti ressoa um rasgar de páginas.
definitivo como carne.
[if I could bleed, or sleep!
if my mouth could marry a hurt like that!
or your liquors seep to me, in this glass capsule,
dulling and stilling.
but colorless. colorless.]
* s.plath
* s.plath
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state of mind: acquired dreams_nitin sawhney
state of mind: acquired dreams_nitin sawhney
segunda-feira, outubro 20, 2008
terça-feira, outubro 14, 2008
o verão do nosso contentamento.
simple ways
to keep happy
a simple heart.
[the autumn wind and the winter wind have come and gone
and still the days those lonely days - go on and on
and guess who sighs his lullabies through nights that never end
my fickle friend the summer wind]
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state of mind: summer wind_frank sinatra