terça-feira, março 17, 2009
segunda-feira, março 09, 2009
a morte em veneza.
fechei os olhos às interdições a que tinha confinado a vontade.
ignorei os avisos das minhas estúpidas frases e voltei à cidade.
ludibriei descaradamente a barreira que implantei para te manter exilada e a ordem de restrição queimei-a com o último fogacho que consegui resgatar.
os olhos raiados de sangue e cuspo e dor desmontaram cada parede. cada esquina.
cada pórtico ou janela que me lembrassem de ti.
deixei apenas o possível para não chamares cinzas ao que restou.
as casas esventradas de adagas de vidro e o aço retorcido de braços ao céu.
como podia resistir? como podia não voltar?
até a destruição teve o gosto acre da última vez e sem cadáveres o homicídio não faria sentido.
sentei-me no banco da primeira noite de verão e deixei as notas familiares embalar os espaços vazios. esfregarem-se nas ruínas até despojarem qualquer vestígio.
depois reguei-as de absinto e imolei-me com elas nas palavras que sobraram.
e tu apareceste de branco. lavada do passado.
despida de rancor e disposta a viver.
e eu por terra. ébrio da manhã que nascia por detrás dos incêndios.
sem nada para oferecer senão um peito desfeito.
ignorei os avisos das minhas estúpidas frases e voltei à cidade.
ludibriei descaradamente a barreira que implantei para te manter exilada e a ordem de restrição queimei-a com o último fogacho que consegui resgatar.
em ressaca narcótica voltei à cidade em busca da salvação.
mas as palavras repetiram-se e anularam-se na direcção esperada. oposta à que ritma o peito no acto penoso de sorver oxigénio quando o desejo apenas clama repouso universal.alucinado.
ou apenas de mais uma ilusão.
os olhos raiados de sangue e cuspo e dor desmontaram cada parede. cada esquina.
cada pórtico ou janela que me lembrassem de ti.
deixei apenas o possível para não chamares cinzas ao que restou.
as casas esventradas de adagas de vidro e o aço retorcido de braços ao céu.
como podia resistir? como podia não voltar?
até a destruição teve o gosto acre da última vez e sem cadáveres o homicídio não faria sentido.
sentei-me no banco da primeira noite de verão e deixei as notas familiares embalar os espaços vazios. esfregarem-se nas ruínas até despojarem qualquer vestígio.
depois reguei-as de absinto e imolei-me com elas nas palavras que sobraram.
e tu apareceste de branco. lavada do passado.
despida de rancor e disposta a viver.
e eu por terra. ébrio da manhã que nascia por detrás dos incêndios.
sem nada para oferecer senão um peito desfeito.
[no poetry left]
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stat of mind: tutto fa un pò male_afterhours
stat of mind: tutto fa un pò male_afterhours