the road again.
corre a calma agora pelos contornos de um despertar lento.um deserto de destroços.
o ciclo está de novo completo. desfaz-se o emaranhado de rolo fotográfico projectado em ampliações endócrinas. fixado em paredes abandonadas.ao fundo da sala a banda continua a tocar a valsa lenta.acordes antigos duma melodia familiar.
ainda o cheiro no ar a café acabado de fazer na manhã virada a sul. com o gato ciumento enroscando-se nos pés reclamando atenção.num tempo absorto de pain au chocolat, filmes europeus e projectos mirabolantes.tal como nos filmes o tempo era cronometrado entre partidas e chegadas.reencontros e caminhos paralelos.
vivendo no limbo propositadamente.oscilações de um jogo sem rede. aceitando a queda como inevitável.tal como nos filmes estive fou d’amour por uma francesa que construía mundos dentro de mundos.
envôutement irresistivelmente dilacerante.
sentidos convergentes em fusos horários telepáticos. pintados a cores inenarráveis. extasiantes.
para lutar a ausência preenchi por completo os dias do último ano.de coisas importantes. de tarefas menores e missões meramente idiotas.
mantive-me de tal forma ocupado para não sucumbir que a apaguei sem dar por isso. porque o que permite manter mundos que não existem é a percepção fria do mundo real e habitava num feito à medida do sonho.ficaram dobradas em cima da cama palavras resistentes ao tempo, ao lado de sorrisos lomográficos e areia das noites de verão."esperaste que adormecesse, polvilhaste a almofada do teu perfume e beijaste-me com os olhos. ao acordar sem ti, apenas um bilhete dizia tudo o que havia para ser dito sem necessidade de explicações – j’aurais voulu être avec toi longtemps. j’espere que le destin nous fera encore des surprises…merci."
bonjour. je suis venu te dire que je m’en vais.
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state of mind: farewell dear ghost_monta