...ou de nada; ou só de algumas coisas, dependendo do dia ( e sobretudo da noite )

quarta-feira, abril 12, 2006

es tan corto el amor y tan largo el olvido.


e de repente tudo mudou.
e já não havia chuva nem tremor nem ranger de dentes.
levantaste-te da cama como sempre o fazes. delicadamente.
com a gentileza de uma manhã de primavera.
um ténue farrapo de luz encontrava o seu caminho por entre as cortinas corridas e vinha depositar-se no meu peito nu. a mão de deus aquecendo-me o coração.
zombando de mim e das minha dúvidas.
fingi que dormia ainda quando o robe de seda deslizou pela curvatura das tuas costas e se quedou a teus pés.
como as folhas de outono. uma gota de água pecaminosa.
observei-te na tua nudez. inocente e pura.
lá fora o mundo continuava a girar num rodopio avassalador.
viraste-te para mim e sorriste. sabias que apenas fingia dormir para te observar.
como se enquanto dormisse pudesses ser outra pessoa completamente diferente e tivesse de me assegurar que não me estava a iludir.
arqueaste as costas e subiste lentamente sobre mim.
olhos nos olhos.
felinamente.
depositas-te todo o teu peso sobre mim e enquanto sentia o húmido da tua língua no meu pescoço apenas uma frase do Paixão me invadia o pensamento.
és tão bonita que nem apetece foder-te.

.

state of mind: there will never be a better time_desert sessions

2 Comments:

Blogger JN said...

a gentileza de uma manhã com a perfeição da beleza numa fusão que necessariamente transcende o mortal e eleva-se a algo impoluto.
a certeza do bem querido.

adorei.

5:07 da manhã

 
Blogger homesick.alien said...

exactamente.não podias ter definido melhor.
quando os prazeres da carne parecem ignóbeis perante a grandeza do sentimento.

11:13 da tarde

 

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