as horas.
eram 3 da manhã.
mas podiam ser 5 ou 7 ou qualquer outra hora de decisões indefinidas.
eram horas de chuva oblíqua.
um murmúrio imperceptível descia das paredes e tornava-se num colete de forças.
manta de retalhos de pressupostos vagos.
certezas sem fundamento.
exactamente 247 minutos bloqueavam o primeiro comboio da manhã.o bilhete tirada na véspera repousava intacto.
a hesitação era um gosto ácido percorrendo a garganta.folhas de papel em rascunho amarrotavam-se no chão.
amontoavam-se.bloqueavam a saída.
eram horas de café frio.de suor encharcado de almofadas e marcas de tapete nos cigarros.
todo o conteúdo do frasco foi vertido sobre o peito nu.preparou o fósforo com a formalidade duma cerimónia fúnebre.
desligou o interruptor e enquanto se afastava de um passado em chamas um alívio desconhecido correu-lhe nas veias.
"nada mais resta de ti. agora posso partir."
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state of mind: non-dit_olivia ruiz
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state of mind: non-dit_olivia ruiz
1 Comments:
este post disse-me muito. Identifico-me muito com ele. Ou com a interpretação que dele faço. Simplesmente, lindo:) *
12:59 da manhã
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